domingo, setembro 11, 2011

LOVE


Quando ouço a frase: “não se faz mais pessoas como antigamente”, tenho receio que isso seja, de fato, verdade. Não há mais preocupação pelo bem estar do próximo, mesmo se essa for uma grávida, uma mãe com criança de colo ou um idoso no metrô. Só há preocupação com o que é alheio quando nele há algum interesse ou alguma fofoca.
Não há mais “bom dia”, a não ser que seja o seu chefe entrando pela sala, ou mesmo um “desculpe” por uma esbarrada acidental. No entanto, há reclamações, insultos e caras feias aos montes.
Sobram as coisas ruins, os valores adquiridos por uma sociedade subestimada. Faltam os valores que ainda restavam em nossos avós e que deveriam caber em nós.
A sociedade perdeu a noção das pequenas coisas a partir do momento em que preferiu esquecer a noção das grandes.
Beijam desconhecidos, não fazem mais amor, noitadas e bebedeiras são mais preferidas do que comprometimento e cumplicidade. Não se tem mais noção de que as pessoas são de carne e osso e sentem, choram, lamentam.
Amar virou piada. Um casal que se leva a sério é motivo de chacota.
Pessoas fingem se comprometer com outras. O comprometimento só dura quando estão perto, pois qualquer balada ou qualquer pessoa pode por muito pouco, dissipá-lo, basta este outro ter uma bunda ou um tórax bonito.
O que vale é quantidade e não qualidade.
Perderam a noção do que é grande. E reclamam quando são cutucados no ônibus, ou quando alguém joga lixo no chão. As pessoas não perderam o amor ao próximo perderam amor por elas mesmas. Ninguém dá aquilo que não tem.